Melhorias viárias em volta do estádio deveriam ter começado em maio.
Empresa que perdeu disputa alegou que vencedora tem preço inexequível.
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A Justiça de São Paulo determinou no início deste mês a suspensão imediata do resultado da licitação com valor total de R$ 257,7 milhões ganha pelo consórcio Vizol para realizar as obras viárias de melhorias de acesso no entorno do estádio do Corinthians, o Itaquerão, que está sendo construído na Zona Leste de São Paulo para a Copa do Mundo de 2014. O governo do Estado chegou a anunciar que elas começariam em maio, o que não ocorreu. A suspensão da licitação não afeta a construção do estádio, que receberá o jogo de abertura da Copa.
Em decisão tomada em 2 de julho, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública, atendeu ao pedido da Serveng Civilsan e da Construcap, que ficaram em segundo lugar na concorrência. Elas ingressaram com um mandado de segurança em 27 de junho afirmando que o consório Vizol ofereceu preços unitários "inexequíveis", sendo que alguns dos valores não chegariam a um terço do valor tido como referência de mercado pela própria Dersa. A Justiça concedeu liminar favorável às empresas no dia 2 de julho.
A Dersa, empresa estatal ligada à Secretaria dos Transportes negou que os preços praticados não sejam os de mercado e disse que já recorreu da decisão. Segunda a Dersa, houve um erro no preenchimento do formulário para uma cotação específica para o uso de aço. O atraso ainda não preocupa em relação à Copa, mas comecará a ameaçar caso o imbróglio se arraste por mais 45 dias, segundo a Dersa. A obra é uma parceria da estatal com a Prefeitura de São Paulo.
Com a decisão, a juíza suspendeu a homologação do resultado da concorrência anunciado em abril. A proposta vencedora é do consórcio formado pelas construtoras OAS e S/A Paulista. A reportagem tentou contatar nesta quinta-feira (12) as costrutoras OAS, Construcap, S/A Paulista e Serveng. Entre as procuradas, apenas a Construcap retornou o contato. A empresa afirma que não iria se manifestar sobre o tema.
Valor global x produto
A magistrada afirmou que o próprio edital da concorrência definia que são considerados inexequíveis propostas cujos valores para os variados itens da proposta sejam inferiores a 70% de valores tidos como referência pela Dersa. As empresas que ficaram em segundo afirmaram na inicial que o consórcio vencedor ofereceu preços que não chegam a um terço do valor orçado pela Dersa.
A magistrada afirmou que o próprio edital da concorrência definia que são considerados inexequíveis propostas cujos valores para os variados itens da proposta sejam inferiores a 70% de valores tidos como referência pela Dersa. As empresas que ficaram em segundo afirmaram na inicial que o consórcio vencedor ofereceu preços que não chegam a um terço do valor orçado pela Dersa.
"Aceitar preços unitários inexequíveis, capazes de comprometer toda a obra e a prestação de serviços, é, no mínimo, duvidosa conduta", afirmou a juíza, que escreveu que o preço para este tipo de concorrência deve ser observado por produto, ainda que o valor global da proposta seja adequado.
ObrasO programa de intervenções no entorno do estádio consiste em uma nova ligação Norte-Sul na região de Itaquera, passagens em desnível e adequações viárias, integrando a Avenida Radial Leste ao futuro Polo Institucional de Itaquera. A região terá, além da arena, um fórum, uma Fatec/Etec e um Senai, entre outros equipamentos.
ObrasO programa de intervenções no entorno do estádio consiste em uma nova ligação Norte-Sul na região de Itaquera, passagens em desnível e adequações viárias, integrando a Avenida Radial Leste ao futuro Polo Institucional de Itaquera. A região terá, além da arena, um fórum, uma Fatec/Etec e um Senai, entre outros equipamentos.
De acordo com a Dersa, os consórcios que ficaram em primeiro e em segundo lugar na concorrência para a construção das obras viárias já brigam desde a divulgação da classificação ocorrida em abril. Elas apontaram erros nas propostas das concorrentes.
Segundo o diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, erros de preenchimento das propostas podem ocorrer em casos de "licitações com um edital complexo, uma obra bastante complexa". Segundo ele, as empresas negociam a formação dos consórcios até a última hora, e quase não sobra tempo para se dedicarem para a elaboração da proposta. O grupo perdedor, que não conseguiu derrubar o resultado no âmbito administrativo, resolveu então ir à Justiça.
Lourenço afirma que os preços das propostas são de mercado e não são inexequíveis. "Você tem que analisar isso no contexto que está inserida a obra, e não ficar olhando qual a distância daquele preço unitário para um preço de referência", afirma. Ele cita como o exemplo a obra da Rodovia dos Tamoios, que custou 32% a menos que o valor de referência da Dersa.Segundo a Secretaria Executiva do Comitê Paulista da Copa, a proposta vencedora para as obras em Itaquera, do consórcio Vizol, é de R$ 257,7 milhões, 27,5% menor que o valor de referência para as obras (R$ 355,5 milhões). A proposta da segunda colocada foi pouco diferente, de R$ 259,8 milhões segundo a Dersa.
Lourenço afirma que os preços das propostas são de mercado e não são inexequíveis. "Você tem que analisar isso no contexto que está inserida a obra, e não ficar olhando qual a distância daquele preço unitário para um preço de referência", afirma. Ele cita como o exemplo a obra da Rodovia dos Tamoios, que custou 32% a menos que o valor de referência da Dersa.Segundo a Secretaria Executiva do Comitê Paulista da Copa, a proposta vencedora para as obras em Itaquera, do consórcio Vizol, é de R$ 257,7 milhões, 27,5% menor que o valor de referência para as obras (R$ 355,5 milhões). A proposta da segunda colocada foi pouco diferente, de R$ 259,8 milhões segundo a Dersa.
"O critério foi o de privilegiar o menor preço, de manter a menor economia possível para o contribuinte paulista", afirmou Lourenço. Para o diretor, o erro de preenchimento é sanável. O argumento, no entanto, não convenceu a juíza Simone Casoretti.
"Não se trata de ‘sanar’ meras irregularidades, mas sim aferir se as exigências do edital, para propiciar a fiel execução do futuro contrato, foram atendidas pelo licitante vencedor, sob pena de prejuízo não só a contratante, mas também aos interesses públicos envolvidos, que serão atingidos pela possível inexecução da avença”, escreveu a juíza.“
O investimento total nas obras viárias do entorno do Polo Institucional de Itaquera, que inclui obras, projetos e desapropriações, está estimado em R$ 478,2 milhões, sendo R$ 345,9 milhões do Governo do Estado e R$ 132,3 milhões da Prefeitura de São Paulo”, segundo o Comitê Paulista. Inicialmente, 12 construtoras participaram da licitação. A previsão do comitê é que as obras no entorno do estádio sejam concluídas no primeiro trimestre de 2014.
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